Constantemente somos expostos a toxinas, presentes em diversos meios, como no ambiente e em alguns alimentos, sendo esta exposição considerada como gatilho para diversos sintomas e doenças1.
A aflatoxina, por exemplo, é uma micotoxina advinda de fungos, encontrada em grãos e cereais, que tem sido relatada por aumentar o risco de carcinogênese e mutações genéticas. Estes tipos de toxina tem seu crescimento no processo de armazenagem, podendo contaminar outros alimentos que fazem parte de nossos hábitos2,3.
Além disso, estudos mostram que as micotoxinas podem interferir na qualidade microbiológica de rações para animais. Por consequência, produtos derivados destes animais, que fazem parte de nossa alimentação, podem conter este tipo de toxina 2,3.
Metais pesados – como o mercúrio – também são toxinas, que estão presentes no meio ambiente. Os peixes são os mais acometidos pela contaminação por mercúrio, especialmente os de grande porte, uma vez que este fator favorece o maior acúmulo deste metal pesado. Esta exposição, por meio do consumo de peixes considerados grandes, tem sido associada ao aumento do estresse oxidativo, que leva a alterações nas funções celulares4,5.
Certamente, gestantes e crianças são grupos mais vulneráveis a exposição de toxinas. Um estudo clínico realizado no Canadá identificou que estes grupos possuem níveis plasmáticos elevados de chumbo e mercúrio, e este perfil foi associado a alterações na microbiota intestinal, por favorecer o crescimento de bactérias patogênicas6.
Para melhorar esta condição, os autores ofertaram Lactobacillus rhamnosus durante 19 dias, por meio de iogurte. Após análises, verificou-se que o consumo desta cepa probiótica foi capaz de reduzir os níveis de metais pesados em nível sanguíneo, gerando um efeito protetor6.
A manutenção da saúde intestinal já é reportada como essencial para reduzir a sintomatologia de diversas condições 7,8, e com base nestes resultados, também é imprescindível para proteger nossos sistemas dos efeitos nocivos das toxinas.
Referências Bibliográficas
1-DE RUYCK, K.; DE BOEVRE, M.; HUYBRECHTS, I. et al. Dietary mycotoxins, co-exposure, and carcinogenesis in humans: short review. Mutat Res Rev;766:32-41,2015.
2-BECKER-ALGERI, T.A; CASTAGNARO, D.; DE BORTOLI, K. et al. Mycotoxins in bovine milk and dairy products: a review. J Food Sci; 81(3):R544-52,2016.
3-PINOTTI, L; OTTOBONI, M.; GIROMINI, C. et al. Mycotoxin contamination in the EU feed supply chain: a focus on cereal byproducts. Toxins; 8(2):2016.
4-WU, X.; COBBINA, S.J.; MAO, G. et al. A review of toxicity and mechanisms of individual and mixtures of heavy metals in the environment. Environ Sci Polut Res Int; 2016.
5-BOATTI, L.; RAPALLO, F.; VIARENGO, A. et al. Toxic effects of mercury on the cell nucleus of dictyostelium discoideum. Environ Toxicol; 2016.
6- BIZANZ, J.E.; ENOS, M.K.; MWANG, J.R. et al. Randomized open-label pilot study of the influence of probiotics and the gut microbiome on toxic metal levels in Tanzanian pregnant women and school children.mBIO; 5(5):1580-14,2014.
7-YAMADA, T.; TAKAHASHI, D.; HASE, K. The diet-microbiota-metabolite axis regulates the host physiology. J Biochem; 2016.
8-BRISKEY, D.; TUCKER, P.; JOHNSON, D.W. et al. The role of the gastrointestinal tract and microbiota on uremic toxins and chronic kidney disease development. Clin Exp Nephrol; 2016.
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