quinta-feira, 28 de abril de 2016

Microbiota intestinal e câncer – novas descobertas – Abril-2016



Microbiota intestinal e câncer – novas descobertas – Abril-2016


 E surge mais uma grande novidade sobre nossas queridas amigas, as bactérias intestinais. Além de causarem e impedirem a obesidade e outras doenças, as bactérias intestinais podem reduzir o risco de alguns tipos de câncer. Este estudo foi publicado na revista “PLOS ONE”.
Cheema AK, Maier I, Dowdy T, Wang Y, Singh R, Ruegger PM, Borneman J, Fornace AJ Jr, Schiestl RH. Chemopreventive Metabolites Are Correlated with a Change in Intestinal Microbiota Measured in A-T Mice and Decreased Carcinogenesis. PLoS One. 2016 Apr 13;11(4):e0151190. doi: 10.1371/journal.pone.0151190. eCollection 2016. PubMed PMID: 27073845.
Segundo Robert Schiestl, um dos autores, os médicos poderão em última instância analisar os níveis e tipos de bactérias intestinais no organismo e prescrever probióticos para substituir ou reforçar a população de bactérias com propriedades anti-inflamatórias.
Durante milhões de anos as bactérias intestinais evoluíram em bactérias benéficas e prejudicais. As benéficas adquiriram propriedades anti-inflamatórias e as prejudiciais promovem a inflamação.
No estudo, a bactéria Lactobacillus johnsonii 456, a bactéria benéfica mais abundante e que tem aplicações além da medicina foi isolada. Verificou-se que esta bactéria reduziu danos nos genes e a inflamação que está presente em muitas doenças, incluindo o câncer, doenças neurodegenerativas, doença cardíaca, artrite, lúpus, bem como no processo de envelhecimento.
Em um estudo anterior liderado por Robert Schiestl já havia demonstrado uma relação entre a flora intestinal e o desenvolvimento de linfoma, um câncer que tem origem no sistema imunitário. Agora, este estudo explica como a flora intestinal pode retardar o desenvolvimento do câncer, sugerindo que os probióticos podem evitar a formação da doença.
Em ambos os estudos, foram utilizados ratos com uma mutação que os tornava mais suscetíveis a sofrerem de uma doença neurológica, a ataxia telangiectasia ou síndrome de Louis–Bar. Esta condição, que afeta uma em cada 100 mil pessoas, está associada a um aumento do risco de leucemia, linfomas e outros cânceres.
Os ratos foram divididos em dois grupos. A um dos grupos foram administradas apenas bactérias anti-inflamatórias e a outro uma mistura de bactérias inflamatórias e anti-inflamatórias que coexistem habitualmente nos intestinos.
Verificou-se que os ratos que receberam apenas as bactérias benéficas produziam metabólitos, moléculas produzidas pela ação metabólica do intestino, conhecidos por impedirem o câncer. Estes animais também apresentavam um metabolismo da gordura e oxidativo mais eficaz, o que, na opinião dos investigadores, também poderia diminuir o risco de câncer.
O estudo apurou ainda que, nos ratos que apenas tinham recebido as bactérias benéficas, o linfoma desenvolveu-se no dobro do tempo, tendo os animais vivido quatro vezes mais e apresentado menos danos no DNA e inflamação.
Na opinião dos investigadores, estes achados sugerem que a manipulação da composição microbiana pode ser utilizada como uma estratégia eficaz para impedir ou aliviar a suscetibilidade ao câncer.

PLoS One. 2016 Apr 13;11(4):e0151190. doi: 10.1371/journal.pone.0151190. eCollection 2016.
Chemopreventive Metabolites Are Correlated with a Change in Intestinal Microbiota Measured in A-T Mice and Decreased Carcinogenesis.
Cheema AK1,2, Maier I3, Dowdy T1, Wang Y4, Singh R1, Ruegger PM5, Borneman J5, Fornace AJ Jr1,2, Schiestl RH3,6,7.
Abstract
Intestinal microbiota play a significant role in nutrient metabolism, modulation of the immune system, obesity, and possibly in carcinogenesis, although the underlying mechanisms resulting in disease or impacts on longevity caused by different intestinal microbiota are mostly unknown. Herein we use isogenic Atm-deficient and wild type mice as models to interrogate changes in the metabolic profiles of urine and feces of these mice, which are differing in their intestinal microbiota. Using high resolution mass spectrometry approach we show that the composition of intestinal microbiota modulates specific metabolic perturbations resulting in a possible alleviation of a glycolytic phenotype. Metabolites including 3-methylbutyrolactone, kyneurenic acid and 3-methyladenine known to be onco-protective are elevated in Atm-deficient and wild type mice with restricted intestinal microbiota. Thus our approach has broad applicability to study the direct influence of gut microbiome on host metabolism and resultant phenotype. These results for the first time suggest a possible correlation of metabolic alterations and carcinogenesis, modulated by intestinal microbiota in A-T mice.
PMID: 27073845 [PubMed - in process]


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